Caio Campello de Menezes
No mundo empresarial, ter um assessor de confiança pode auxiliar o CEO a gastar menos tempo e energia nas tomadas de decisões em um conflito corporativo. Cargos de liderança são, muitas vezes, solitários. Contudo, a ajuda externa serve como um “sounding board”, com quem o CEO pode testar percepções sobre a natureza do conflito e as possíveis soluções.
O “conselheiro de confiança” do CEO oferecerá orientação personalizada para ajudar a entender melhor a disputa e a desenhar estratégias viáveis para sua resolução.
Assessoria de conflitos
Megacorporações, pequenas empresas e startups podem fazer uso de assessoria de conflitos. Ela permitirá que o CEO chegue à resolução do conflito, atendendo os interesses da companhia e os resultados.
Mesmo sabendo que alcançar uma solução perfeita nem sempre é viável, ao lado desse assessor, o CEO poderá encontrar maior clareza e serenidade para lidar com os dilemas de um conflito corporativo.
Quando tratado de forma eficiente pelo CEO, o conflito pode servir como um catalisador para melhorar o diálogo, o entendimento e a colaboração entre as partes dentro do ambiente corporativo.
A gestão de conflitos torna-se um mecanismo de escuta e de análise. Além de fortalecer laços dentro da organização, preservando relações entre colaboradores, times de um projeto, gerentes executivos, acionistas, membros do conselho e proprietários.
Abordagens
Existem várias abordagens para gerenciar conflitos e o assessor de confiança do CEO pode ajudá-lo a adotar o estilo mais apropriado para aquela situação específica.
Na gestão de conflitos, não há um estilo certo. No entanto, o único caminho errado é aquele que falha em resolver a questão ou que agrava a situação em vez de remediá-la.
Mais importante do que escolher um estilo de gestão de conflito, o CEO entenderá qual é o objetivo final. Assim, escolherá a melhor forma de resolver o conflito, sempre com a possibilidade de recalcular a rota.
Dentre as opções, o CEO deve verificar se aquela situação exige, por exemplo, uma visão colaborativa. Essa abordagem explora soluções mutuamente benéficas para as partes envolvidas no conflito, garante que todos tenham informações completas e considera diferentes ângulos.
Cenários
A gestão de conflitos mais colaborativa é mais eficaz quando a preservação dos relacionamentos da organização é considerada uma necessidade para a companhia. Normalmente, essa abordagem produz melhores resultados a longo prazo, no entanto, pode se mostrar mais desafiadora e demorada.
Já em situações de impasse, o CEO pode assumir o papel de tomador de decisão. Determinando o que é certo e errado e traçando o caminho para destravar o impasse.
Embora possa parecer mais autoritário, esse estilo pode se tornar eficiente quando uma ação rápida e decisiva se faz necessária. Mas, ao mesmo tempo, tem o potencial de tensionar a relação entre as partes envolvidas, já que valoriza exclusivamente o julgamento do CEO, marginalizando as preocupações dos demais.
Há casos de intervenções em conflitos em que o CEO deve ter uma abordagem mais personalizada. Essa atitude é mais recomendada, quando o conflito já escalou para níveis emocionais, exigindo uma intervenção mais pessoal e humanizada.
O CEO torna-se, portanto, um “facilitador de sentimentos”, aprofundando-se nas diferentes emoções de cada parte. Além de identificar qual foi a verdadeira causa emocional que deflagrou o conflito.
Mesmo em um contexto empresarial, é muito comum que divergências envolvendo performance, lucratividade e meritocracia derivam de sentimentos como medo, ansiedade e autoestima.
Prevenção
Além da gestão de conflitos, o CEO também deve passar a contar com ajuda de terceiros para proativamente prevenir conflitos. Assim que surge o primeiro indício de um potencial conflito, o CEO deve tratá-lo de forma imediata, evitando que pequenas divergências se transformem em problemas gigantescos.
Quando o conflito é negligenciado, ele rapidamente tende a entrar em ebulição, acumulando ressentimentos, mal-entendidos e tensões.
Questões não resolvidas podem diminuir a produtividade da equipe, aumentar a rotatividade dos funcionários e deteriorar o ambiente de trabalho.
Assim, o que poderia ter sido uma oportunidade de resolução construtiva de um pequeno problema se transforma em uma fonte oculta de tensão permanente dentro da organização.
O assessor de conflitos pode ajudar o CEO a lidar com questões que envolvam eventuais conflitos de interesse. Como a liderança tem o papel de proteger a integridade da organização e também garantir o alinhamento entre interesses, é preciso não tomar decisões tendenciosas.
Achar o equilíbrio entre interesses pessoais e suas obrigações profissionais pode representar um complexo labirinto ético, cuja saída pode ser encontrada com maior facilidade com ajuda de um terceiro externo.