Caio Schuck
No dinâmico cenário empresarial atual, a coleta e análise de um volume crescente de informações tornaram-se essenciais para manter a competitividade, evolução e inovação de qualquer negócio. Os dados emergiram como um dos ativos mais valiosos para as organizações, e a forma como essas informações são gerenciadas reflete diretamente no nível de responsabilidade corporativa que uma empresa precisa ter dentro de sua governança. Nesse contexto, cada empresa precisa dar especial atenção na forma que essas informações são tratadas, utilizadas e protegidas internamente.
O objetivo disso deve ir além da simples conformidade com as regulações em vigor. É necessário que cada empresa estabeleça um sólido compromisso com a privacidade e proteção de dados de todos os stakeholders de sua cadeia de valor, aqui incluídos de seus colaboradores, fornecedores, clientes e parceiros. Por isso, a política de governança de dados deve ser orientada por princípios de integridade, excelência, privacidade, transparência e segurança.
Falar de dados é sempre um tema importante, visto que vivemos em um mundo, cada vez mais globalizado e digitalizado. Hoje, quem tem dados, tem o ouro do negócio. Ainda se fala muito sobre o trato errado de dados. E nós tratarmos deste tema no nível corporativo. Mas para a sociedade como um todo é de suma importância.
Por que isso importa?
Na prática, isso deveria se traduzir em processos robustos de coleta, armazenamento, uso e compartilhamento de dados, complementados por programas contínuos de treinamento e conscientização de todos os integrantes de uma empresa para a correta coleta de dados, uso e manuseio por parte dessas empresas.
Para as empresas com políticas de governança pautadas na ética, esses processos não são apenas para cumprir com as leis aplicáveis que tratam do assunto, na verdade, refletem um compromisso em respeitar a privacidade e o uso consciente da informação que cada uma delas recebe no dia a dia de suas operações.
A importância de uma equipe multidisciplinar engajada
Trazendo esta nova realidade para nossa empresa e a fim de contemplar todas as esferas que fazem parte da governança de dados, a estratégia mais acertada da Avery Dennison é contar com uma equipe multidisciplinar, que envolve diferentes departamentos da companhia.
Ao mercado como um todo. Precisamos expor como as empresas estão se portando diante deste desafio sobre o tratamento dos dados para que a sociedade, de forma geral, saiba o que está fazendo com as suas informações e os dados que não podem ser expostos. Além disso, multinacionais atuando no Brasil não tem só o desafio da legislação brasileira, mas também a de outros países.
Para quem esse assunto interessa?
A colaboração começa com o compliance e o setor jurídico – que garantem que políticas internas e diretrizes estejam em conformidade com as legislações e regulamentações locais e internacionais em que operamos. Essa colaboração contínua segue a nossa área de tecnologia da informação, responsável pela segurança e implementação de sistemas de gestão; passando por diversos outros times dos mais variados, como recursos humanos, marketing, vendas, compras, finanças, EHS, operações, entre outros. Na prática, privacidade e segurança de dados são tratados como uma corresponsabilidade de todos os nossos departamentos e colaboradores.
Desafios e Responsabilidades em uma multinacional globalizada
Em meio a essa jornada, como empresa com operações das mais diversas e em diferentes regiões e culturas, enfrentamos um desafio adicional, que é o de garantir que toda essa conformidade com legislações regionais e internacionais atenda, principalmente, os seguintes pontos: (a) proteção da privacidade e segurança dos dados coletados; (b) prevenção de violações e acessos não autorizados e (c) utilização de maneira ética e responsável de tais informações por nossos colaboradores e parceiros comerciais.
Esses cuidados precisam ser adaptados através da implementação de políticas e procedimentos específicos para cada região, considerando inclusive legislações locais, como é o caso da nossa aqui do Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A propósito, essa legislação trouxe avanços significativos sobre o uso responsável de dados, com um incremento na conscientização dos consumidores e empresas sobre o uso e gerenciamento de dados, bem como ampliando conhecimento na tomada de ações sobre o uso e compartilhamento, sobre as responsabilidades sobre este uso, bem como os riscos e garantias em eventual compartilhamento indevido de informações com terceiros.
Nessa dinâmica, criou-se a exigência de maior transparência no uso de dados pessoais, o fortalecimento dos direitos dos titulares dos dados, e a imposição de sanções para empresas que não cumpram tais regulamentações, incentivando assim, uma governança de dados mais responsável em todo mercado.
O Caminho à Frente
Acredito firmemente que estamos apenas no início dessa jornada. A “Era dos Dados” está se desdobrando bem diante de nossos olhos, trazendo consigo desafios e ao mesmo tempo, grandes oportunidades. Posso lhes assegurar que estamos comprometidos em manter uma governança corporativa alinhada às melhores práticas do mercado, garantindo que os dados sob nossa responsabilidade sejam adequadamente protegidos e utilizados de forma ética e eficiente.
