Da Redação
A disseminação da inteligência artificial generativa e o movimento por regulações devem acelerar o crescimento do mercado global de tecnologia jurídica. Segundo o Gartner, este setor movimentará cerca de US$ 50 bilhões nos próximos três anos. De olho nas oportunidades, advogados estão buscando mais conhecimento em TI e proteção de dados. Muitos já estão migrando de carreira para se especializar em setores chave deste ecossistema.
De acordo com um estudo da DeServ Academy, 23,1% dos alunos dos cursos de especialização são profissionais de direito, representando metade do percentual de trabalhadores da área de TI (46,15%).
O que está por trás
Bruna Silva, sócia da DeServ Academy, foi eleita uma das 50 Melhores Mulheres em Segurança Cibernética das Américas pela WOMCY. Ela argumenta que a participação crescente dos advogados nestes cursos está relacionada à percepção de que o mundo corporativo precisa de mão de obra especializada em segurança da informação e proteção de dados.
Segundo ela, os advogados podem se especializar em áreas de nicho dentro da privacidade e segurança, como gestão de risco, resposta a incidentes e governança de dados.
Para Bruna, a integração crescente da tecnologia em todos os setores torna a proteção de dados uma prioridade, favorecendo advogados com conhecimento em TI. A consolidação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) aumentou a necessidade de contratar pessoas que conheçam esta legislação e as tecnologias para sua observância.
Maior destaque
Segundo a especialista, advogados especializados em segurança da informação se destacam no mercado, oferecendo serviços de consultoria jurídica e conformidade para empresas que precisam proteger dados sensíveis.
A especialização nesta área permite ampliar o portfólio de serviços, incluindo auditorias de conformidade e treinamento em segurança da informação. Também é possível prestar assessoria na criação e revisão de políticas de segurança da informação, alinhando as organizações às melhores práticas do mercado. Para Bruna, advogados especialistas em TI desenvolvem habilidades avançadas para defender empresas em litígios relacionados a violações de segurança da informação.
A executiva observa que a presença de profissionais do setor de Compliance tem crescido nos cursos da empresa. O estudo revela que participantes das aulas no setor de Compliance já representam 11,54% do total. Segundo o estudo, 40,4% dos alunos da DeServ têm entre 35 e 44 anos, enquanto 27% estão na faixa etária de 45 a 54 anos. O público masculino é predominante, com 67% do total. Em relação ao nível educacional, todos os alunos têm ou estão cursando nível superior: 61,5% são pós-graduados, 28,8% são graduados e 9,62% têm nível superior incompleto ou estão cursando.