Da Redação
Nos últimos meses, os data centers ganharam destaque. São infraestruturas críticas que armazenam, processam e distribuem dados. Eles sustentam serviços essenciais, como inteligência artificial, streaming e comércio digital. No Brasil, eles expuseram um desafio urgente: o alto consumo de energia. O setor de data centers no país já consome o equivalente ao gasto energético de todo o estado de Tocantins. A Agência Internacional de Energia estima que o consumo global de energia em data centers pode ultrapassar 1.050 TWh até 2026, comparável ao consumo anual do Brasil.
Os data centers são essenciais para serviços como inteligência artificial, streaming e comércio digital, mas enfrentam um grande desafio: o alto consumo de energia. O aumento da demanda por energia pode comprometer a infraestrutura elétrica, impactando a operação desses serviços vitais. A busca por soluções eficientes e sustentáveis, como a energia nuclear, é fundamental para evitar esse colapso.
Por que isso importa?
O aumento exponencial dessa demanda específica por energia pode levar a um colapso na infraestrutura elétrica. Mas como enfrentar esse cenário? Sem afetar o desenvolvimento de tecnologias de ponta, como inteligência artificial e big data. Essas tecnologias exigem infraestruturas robustas, operando 24 horas por dia. Uma das soluções está na energia nuclear, segundo Ruan Nunes, vice-diretor da Rosatom América Latina.
Esse tema interessa a empresas de tecnologia, gestores de data centers, profissionais de energia e sustentabilidade, além de governos e entidades reguladoras. Também é relevante para investidores que buscam alternativas energéticas inovadoras e para aqueles envolvidos na criação de políticas públicas voltadas ao crescimento econômico sustentável e à redução de emissões de carbono.
Para quem esse assunto interessa?
Reatores modulares pequenos
Segundo ele, a integração de reatores modulares pequenos (SMR) aos data centers forneceria energia de forma ininterrupta. Haveria previsibilidade de custos e possibilidade de expansão modular da capacidade de fornecimento. Um exemplo prático dessa integração é o Data Center de Kalinin, na Rússia. Ele recebe energia diretamente da usina nuclear local para suprir a demanda computacional.
Os reatores modulares pequenos (SMR) são unidades de geração nuclear compactas, seguras e flexíveis. Eles oferecem energia de forma escalável e eficiente, podendo ser instalados em locais remotos e com espaço limitado. Além disso, possuem sistemas de segurança aprimorados e menor impacto ambiental em comparação aos reatores tradicionais.
O que são reatores modulares pequenos (SMR)?
Hoje, a Rosatom tem tecnologia para instalar plataformas de SMRs terrestres ou flutuantes, capazes de levar energia elétrica a locais remotos ou de difícil acesso.
Amazon e Microsoft têm investido em parcerias com usinas nucleares nos Estados Unidos. O objetivo é garantir fontes de energia estáveis e sustentáveis para suas operações. A Amazon assinou três acordos com usinas nucleares para sustentar o Amazon Web Services (AWS), com investimentos de mais de US$ 500 milhões em SMR. A Microsoft fez um acordo inédito de 20 anos com a Constellation Energy. A empresa é proprietária da usina nuclear Three Mile Island. O acordo visa utilizar toda a geração da usina para abastecer os data centers da Microsoft.
“No contexto brasileiro, a energia nuclear é uma alternativa viável para sustentar o crescimento exponencial dos data centers, garantindo eficiência energética e alinhamento com as metas de redução de emissões de carbono”, afirma Nunes.