Roberto Pagliuso e André Paz
A corrupção no esporte é uma realidade que afeta a integridade das competições e mina a confiança de torcedores e apostadores. No Brasil, práticas fraudulentas como a manipulação de resultados causam desconfiança no público. Além disso, esses atos afetam a economia e prejudicam a imagem das modalidades esportivas.
Ciclo vicioso
A corrupção no esporte cria um ciclo vicioso que compromete a credibilidade dos resultados. Isso prejudica o valor das competições e abala a confiança de torcedores e apostadores. A manipulação de resultados pode ocorrer em diferentes níveis, desde a alteração de eventos decisivos até modificações sutis, como cartões e escanteios. Esses atos prejudicam a experiência do público, especialmente dos apostadores, cuja confiança é crucial para o mercado de apostas no Brasil, que movimenta bilhões.
Quando a integridade das competições é violada, a confiança do público enfraquece. Isso afeta a economia do setor e coloca em risco a sustentabilidade das atividades esportivas.
Lei nº 14.597
Um marco importante na luta contra a corrupção no esporte brasileiro foi a criação da Lei nº 14.597. Ela tipifica a corrupção privada no contexto esportivo. Essa legislação representa um avanço significativo, mas sua eficácia depende da colaboração de múltiplos atores, como clubes, autoridades e casas de apostas. Para além do campo jurídico, a integridade do esporte exige um compromisso ético e preventivo por parte de todos os envolvidos. Aplicar a lei é um passo importante. No entanto, é necessário acompanhar com ações concretas que garantam a transparência das competições e responsabilizem as partes envolvidas em fraudes.
Casas de apostas
As casas de apostas têm uma função essencial na prevenção e detecção de práticas fraudulentas. Investir em tecnologias de monitoramento e cooperar com as autoridades para identificar indícios de manipulação garantem a lisura dos eventos esportivos. Além disso, o diálogo constante entre casas de apostas e órgãos reguladores é essencial. Ele promove um ambiente de integridade, onde a transparência é a norma. A atuação proativa das casas de apostas pode agir como uma barreira preventiva contra a corrupção, preservando o esporte e a confiança do público.
Ações conjuntas
A corrupção esportiva no Brasil é um problema multifacetado que exige uma ação coordenada de diversos setores. A implementação da Lei nº 14.597 é um passo importante nesse processo. No entanto, é crucial que clubes, casas de apostas, autoridades e advogados trabalhem juntos para criar um ambiente ético e transparente. Além disso, a prevenção da corrupção esportiva depende não apenas da aplicação eficaz da legislação, mas também da criação de mecanismos preventivos sólidos e da promoção de uma cultura de integridade no esporte. Assim, com a colaboração de todos os envolvidos, será possível mitigar os efeitos da corrupção e assegurar, de maneira sustentável, a credibilidade das competições no Brasil.
*Roberto Pagliuso é sócio fundador do escritório Roberto Pagliuso Advogados.
*André Paz é advogado em direito cível.