Da Redação
O Theatro São Pedro, equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, na sequência da sua temporada de espetáculos, apresenta o Requiem de Fauré nos dias 19, 20 e 21 de setembro – sexta e sábado, às 20h, e no domingo, às 17h. Os ingressos estão disponíveis entre R$ 36 (meia-entrada) e R$ 72 (inteira) no site do Theatro.
As récitas acontecem com a Orquestra do Theatro São Pedro sob a regência de Neil Thomson, tendo Aline Santini na concepção cênica e desenho de luz. Também estarão presentes o Coro Madrigal da Escola Municipal de Música de São Paulo e o Coral Paulistano, com regência de Maíra Ferreira. O bailarino Roberto Alencar e os solistas Aymée Wentz e Fellipe Oliveira completam o elenco.
Na ocasião, o programa será dividido em duas partes, iniciando com o movimento Silentium da peça Tabula Rasa, escrita em 1977 pelo compositor estoniano Arvo Part (1935 – ). Após, o público poderá apreciar uma obra-prima da música sacra do século XIX, o Requiem composto pelo francês Gabriel Fauré (1845 – 1924) entre 1887 e 1890.
“Na primeira parte, com a música matemática e cíclica de Arvo Part, teremos a presença do performer solo Roberto Alencar, que evocará a solidão contemporânea. Na segunda, teremos o Réquiem de Fauré com orquestra e coro evocando leveza e elevação”, afirma Alice Santini.
Minimalismo
Segundo ela, a direção cênica se pauta em uma eloquência visual fortemente baseada no uso de iluminação e minimalista no uso de recursos de materialidade, elementos cenográficos, mas estes em interação. “A experiência visual do programa será expandida para além do palco. A aparição do Roberto na segunda parte já é transformada na intenção da coreografia e, ainda sobre o texto da encenação, pode ser dito que a luz tem um caráter dramatúrgico para além da visualidade”, diz Santini, que destaca o caráter sublime do espetáculo.
“Sublime pode se referir a várias coisas, mas geralmente descreve algo extraordinário, grandioso ou elevado, que provoca admiração. Pode ser belo e ao mesmo tempo assustador”, declara.
A apresentação de 20 de setembro, sábado, às 20h, será transmitida ao vivo gratuitamente pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro
Theatro São Pedro
Com mais de cem anos, o Theatro São Pedro, instituição do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, gerido pela Santa Marcelina Cultura, tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século 19 para o 10 quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo.
Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas.
Nesses mais de 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp.
Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de La Cenerentola, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional, obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país.