Da Redação
Com a crescente preocupação das empresas com segurança jurídica e reputacional, os departamentos de Recursos Humanos têm adotado novas abordagens. Nesse cenário, o RH passou a incorporar práticas antes restritas às áreas jurídica e de compliance. Assim, ampliam-se as responsabilidades do setor e fortalece-se a gestão de riscos.
Análise de antecedentes judiciais
Um exemplo é a análise de antecedentes judiciais, que vem ganhando relevância estratégica em processos seletivos, movimentações internas e até desligamentos. Ferramentas que permitem buscas automatizadas em tribunais de todo o país impulsionam esse movimento.
A adoção da análise jurídica no RH fortalece a segurança nas contratações, reduz riscos trabalhistas e protege a reputação das empresas. Com o aumento de casos de má conduta e fraudes internas, integrar dados judiciais aos processos decisórios tornou-se uma medida estratégica e preventiva.
Por que isso importa?
Entre 2023 e 2025, o Escavador registrou mais de 114 mil processos ligados a justa causa e falta grave. Além disso, contabilizou 17,8 milhões de processos penais em sua base. Os dados refletem a dimensão dos riscos jurídicos enfrentados por empresas e profissionais.
O tema interessa a profissionais de Recursos Humanos, compliance, jurídico e alta liderança. Também é relevante para empresas que buscam ampliar a transparência e a ética em suas operações, além de startups e fornecedores de soluções de background check e análise de risco.
Para quem isso interessa?
Já o Tribunal Superior do Trabalho apontou um aumento de 16% nos processos trabalhistas envolvendo alegações de má conduta e comportamento inadequado em 2023. No mesmo sentido, a Association of Certified Fraud Examiners (ACFE) estimou que, em 2022, fraudes internas causaram prejuízos médios de R$ 400 mil por empresa no Brasil.
Compliance preventivo
Esses dados evidenciam que conhecer bem quem está ingressando, ou já faz parte, da organização é tão importante quanto recrutar bem. Com base em dados judiciais e publicações oficiais de todo o país, o Escavador fortalece práticas de background check e compliance preventivo. Para isso, permite a busca e o monitoramento de nomes, CPFs e CNPJs. Além de localizar processos ativos e antigos — mesmo fora do estado de origem do candidato —, o sistema trata automaticamente casos de homônimos. Isso elimina um dos principais obstáculos das consultas manuais.
Para Dalila Pinheiro, Legal Analyst e DPO do Escavador, o uso de dados jurídicos pelo RH ainda é pouco explorado. No entanto, tende a crescer. Segundo ela, a análise jurídica deve ser parte integrante da cultura de gestão de risco e ética nas empresas. “Ferramentas como o Escavador ajudam o RH a tomar decisões mais assertivas e justas, promovendo ambientes mais saudáveis e seguros”, declara a profissional.