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A conduta de Oruam justifica sua classificação como preso de alta periculosidade?

Suposta associação ao Comando Vermelho, o uso de sua residência para abrigar foragidos da Justiça, e ameaças à vida de policiais são fatores que pesam contra o músico
O caso reacendeu o debate sobre a influência de personalidades públicas no comportamento de jovens - Oruam/Instagram/Reprodução
O caso reacendeu o debate sobre a influência de personalidades públicas no comportamento de jovens - Oruam/Instagram/Reprodução

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O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, de 25 anos, foi classificado como preso de “alta periculosidade” pelas autoridades do Rio de Janeiro.

A definição consta na Guia de Recolhimento de Presos elaborada pela Delegacia de Capturas da Polinter, que encaminhou o documento à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Oruam foi posicionado no terceiro nível mais alto de risco, numa escala de quatro graus utilizada no sistema penitenciário do estado.

De acordo com a Polícia Civil, essa classificação considera o potencial de ameaça à segurança pública. No caso do rapper, a corporação destacou diversos fatores, como a suposta associação ao Comando Vermelho, o uso de sua residência para abrigar foragidos da Justiça, além de ameaças à vida de policiais. Outro ponto citado foi a gravação de um vídeo nos morros do Rio em que Oruam faz menção direta ao pai, conhecido como “Marcinho VP”, um dos líderes da facção criminosa.

Para o advogado Jefferson Nascimento da Silva, palestrante e mentor em prática penal, ainda que a fala do rapper tenha repercutido negativamente, é preciso cautela antes de estabelecer um vínculo direto com o crime organizado.

“A Constituição garante que ninguém pode ser responsabilizado pelos atos de seus parentes. Ser filho de alguém com histórico criminal não é crime. O problema é o uso midiático dessa declaração em um contexto que já é altamente sensível.”

O caso reacendeu o debate sobre a influência de personalidades públicas no comportamento de jovens, especialmente quando essas figuras são associadas a discursos de confronto com o Estado. Para Jefferson, há uma linha tênue entre a liberdade de expressão e a incitação ao crime:

O advogado ainda alerta que, em um sistema prisional já sobrecarregado e seletivo, classificações como “alta periculosidade” precisam ser tratadas com responsabilidade e amparo técnico:“Esse tipo de rotulação tem impactos diretos na execução da pena, nos direitos do preso e na forma como ele será tratado dentro do sistema. Isso precisa ser usado com critério, não com base apenas em declarações ou fama.”

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