Anthonio Araujo Junior
O avanço tecnológico tem mostrado o seu poder em meio às demandas jurídicas. O conceito de legal design ganhou os holofotes nos últimos tempos ao prometer ressignificar a complexidade do “juridiquês” para leigos, clientes, estudantes e sociedade em geral.
Em outras palavras, trata-se de uma abordagem para tornar produtos e serviços jurídicos mais objetivos, concisos e claros, democratizando o acesso ao setor.
Na prática, o legal design envolve princípios do design thinking, ou seja, explora representação gráfica, linguagem simples e novas tecnologias. Em vez de se concentrar exclusivamente em textos legais e processos tradicionais, o conceito coloca o usuário no centro da ação, trazendo empatia acima de tudo.
Inclusão
Isso significa simplificar contratos, tornar os termos e condições mais legíveis e criar interfaces amigáveis para plataformas jurídicas digitais, favorecendo ainda mais justiça, igualdade, inclusão e cidadania.
Além disso, melhora a comunicação entre advogados e clientes, facilitando a resolução de disputas, evitando litígios desnecessários e promovendo a transparência e a confiança no setor jurídico.
Como aplicar no dia a dia?
É importante compreender que os princípios de design no universo do direito não incluem apenas criar uma arte gráfica em um relatório de due diligence ou adicionar alguns ícones a um contrato. Na verdade, a estratégia vai muito além de tornar uma lei mais visual.
Para colocar em ação o legal design, os profissionais devem seguir algumas diretrizes essenciais:
Conheça o seu público-alvo
Entender as necessidades e o nível de conhecimento dos clientes é fundamental para criar documentos legais acessíveis. Considere a linguagem, o formato e os canais de comunicação adequados.
Simplifique a linguagem
Evite o jargão jurídico e use uma linguagem clara e simples. Vale ainda inserir gráficos, tabelas e outros elementos visuais para auxiliar na compreensão, isto é, ferramentas que ajudam a complementar e/ou sintetizar o conteúdo.
Teste e obtenha feedback
Coloque os documentos e soluções à prova com pessoas que não sejam juristas. O feedback desses usuários colabora para aprimorar a usabilidade.
Automatize processos
A tecnologia desempenha papel crucial no legal design. A automação de processos pode reduzir erros e agilizar tarefas rotineiras. Portanto, investir em plataformas digitais faz toda a diferença.
Treinamento e educação contínuos
Capacite membros da equipe e mantenha-se atualizado sobre as melhores práticas. Afinal, é uma área que está em constante evolução.
Mais do que uma tendência passageira na prática jurídica, o legal design é uma revolução necessária para tornar o direito mais acessível, claro e eficiente.
Ao aplicar os princípios do design thinking e da comunicação visual, é possível ajudar a promover uma sociedade mais justa e equitativa, com ideias, direitos e soluções mais bem compreendidos (e percebidos) por todos.
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