Diogo Catão
A inteligência artificial (IA) tem revolucionado diversos segmentos e a administração pública não é exceção. Com o objetivo de modernizar processos, os governos têm investido em soluções que reduzem a burocracia, aumentam a transparência e melhoram a experiência do cidadão. No contexto das GovTechs – empresas e startups focadas em inovação para o setor público – essa tecnologia já se apresenta como ferramenta essencial tanto para a criação de soluções quanto para a transformação dos serviços existentes.
A inteligência artificial tem o potencial de transformar radicalmente a administração pública, tornando os serviços mais rápidos, eficientes e inclusivos. Quando aplicada com responsabilidade, ela reduz burocracias, melhora a transparência e eleva a qualidade do atendimento ao cidadão.
Por que isso importa?
Os agentes de IA, como o GitHub Copilot, são uma realidade palpável no ecossistema de startups, auxiliando desenvolvedores a programar de forma mais rápida e com menos erros. Essa automação tem impulsionado a produtividade no setor privado e demonstrado que, quando aplicada à gestão pública, pode converter processos complexos em operações ágeis. Um exemplo importante é o chatbot ChatTCU lançado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em março de 2023, que tem sido utilizado para gerar textos, adaptar linguagem e traduzir informações para ações de controle externo, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a transparência.
A inteligência artificial tem o potencial de transformar radicalmente a administração pública, tornando os serviços mais rápidos, eficientes e inclusivos. Quando aplicada com responsabilidade, ela reduz burocracias, melhora a transparência e eleva a qualidade do atendimento ao cidadão.
Para quem isso importa?
Benefícios para todos os envolvidos
Para os cidadãos, os avanços tecnológicos se traduzem em serviços públicos mais rápidos, acessíveis e personalizados. Assistentes virtuais e chatbots – como o implementado no GovBR, plataforma digital do governo brasileiro – garantem atendimento 24 horas por dia, reduzindo filas e o tempo de espera, e adaptando a comunicação às necessidades individuais. A personalização dos atendimentos não só melhora a eficiência, como promove a inclusão digital, ampliando o acesso a informações e processos também para pessoas com deficiência.
Para os órgãos governamentais, a automação de processos burocráticos reduz custos e libera recursos humanos para funções estratégicas, além de melhorar a tomada de decisões por meio da análise de grandes volumes de dados. Na esfera tributária, por exemplo, a HM Revenue & Customs (HMRC) do Reino Unido emprega algoritmos de machine learning para identificar fraudes e otimizar a arrecadação, demonstrando como a IA pode aumentar a segurança e a eficácia fiscal.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos avanços, a adoção da IA no setor público enfrenta desafios significativos. Problemas relacionados à governança de dados, à infraestrutura tecnológica defasada e à escassez de profissionais capacitados dificultam a implementação em larga escala. Além disso, a necessidade de conformidade com leis de proteção de dados e a supervisão rigorosa para evitar vieses e discriminações impõem obstáculos adicionais. Olhando para o futuro, a tendência é que a IA seja cada vez mais integrada a serviços digitais governamentais, com investimentos em plataformas 100% em nuvem e na personalização dos programas sociais. A previsão é de que governos ampliem a automação, melhorem a análise preditiva e implementem soluções que antecipem crises e otimizem a alocação de recursos.
A integração da inteligência artificial nas GovTechs já demonstra ser uma estratégia eficaz para transformar a administração pública, promovendo maior eficiência, transparência e qualidade nos serviços prestados à população.
Contudo, para que os benefícios se ampliem de maneira sustentável, é fundamental que os governos invistam na atualização tecnológica, na capacitação profissional e na implementação de regulamentações robustas. Assim, o equilíbrio entre inovação e governança responsável permitirá que a IA se consolide como pilar da modernização do Estado e da melhoria da experiência cidadã