Da Redação
Já imaginou passar as próximas férias em Marte? Parece coisa de filme de ficção científica, mas essa ideia está cada vez mais próxima da realidade. A Rosatom, estatal russa de energia nuclear, concluiu o protótipo de um motor elétrico de plasma capaz de reduzir drasticamente o tempo de viagem até o planeta vermelho — de quase um ano para apenas 30 dias.
A inovação representa um avanço significativo na exploração espacial. Segundo Alexey Voronov, vice-diretor de ciência do Instituto de Pesquisa da Rosatom, a tecnologia pode tornar as missões interplanetárias muito mais seguras, já que a redução do tempo de exposição à radiação cósmica diminui os riscos para astronautas.
Essa inovação é importante porque pode revolucionar a exploração espacial, reduzindo drasticamente o tempo de viagem a Marte e minimizando a exposição dos astronautas à radiação cósmica. Além disso, a eficiência do motor em termos de consumo de combustível torna as missões mais seguras e economicamente viáveis.
Por que isso importa?
O motor da Rosatom é projetado para operar em um modo pulsado-periódico, alcançando 300 kW de potência média, um nível que permite acelerar espaçonaves para velocidades muito superiores às já conhecidas. O motor também prevê uma aceleração mais suave e segura para os astronautas e os equipamentos.
O tema interessa a agências espaciais, engenheiros aeroespaciais, cientistas especializados em tecnologia de propulsão, além de governos e investidores do setor espacial. Também desperta o interesse de entusiastas da exploração espacial e profissionais envolvidos em missões interplanetárias futuras.
Para quem esse assunto interessa?
“Em unidades de energia tradicionais, a velocidade máxima do fluxo de matéria é de cerca de 4,5 km/s, o que é limitado pela combustão do combustível. Em nosso motor, as partículas carregadas são aceleradas por um campo eletromagnético, o que permite velocidades muito maiores“, diz Voronov,.
A nova propulsão oferece um impulso de mais de 100 km/s, eficiência de combustível até dez vezes superior à dos motores convencionais e um empuxo de pelo menos 6 Newtons.
Uma nova fronteira
Diferentemente dos motores tradicionais, que queimam propelentes para gerar impulso imediato, os motores de plasma utilizam campos magnéticos para acelerar partículas carregadas, elétrons e prótons, gerando um empuxo contínuo e eficiente. A tecnologia já é estudada há décadas, mas os recentes avanços da Rosatom colocam a Rússia em uma posição privilegiada na corrida pela exploração do espaço profundo
A Rosatom já iniciou a construção de um banco de testes experimental em Troitsk, nos arredores de Moscou, para avaliar o desempenho do motor em condições simuladas do espaço. O laboratório contará com uma câmara de vácuo de 14 metros de comprimento e 4 metros de diâmetro, projetada para replicar as condições de vácuo e temperatura do espaço sideral.
Onde ninguém jamais esteve
Os testes começam ainda em 2025, com o objetivo de validar o uso do motor em missões interplanetárias. Caso a tecnologia se prove eficaz, poderá ser integrada a rebocadores espaciais nucleares, espaçonaves para exploração do espaço profundo e até mesmo missões tripuladas para Marte.
A exploração tripulada de Marte enfrenta grandes desafios, desde o tempo de viagem até os riscos da radiação cósmica e o consumo de combustível. Se os novos motores russos forem bem-sucedidos, os obstáculos logísticos para a colonização do planeta diminuem significativamente.