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Governança corporativa deve incluir de compliance a segurança cibernética

83% das maiores companhias do país contam com uma área de compliance interno
Automatização melhora conformidade, mas desafios persistem
Automatização melhora conformidade, mas desafios persistem - Freepik

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Por Rafael Edelmann

Segundo dados do anuário Análise Executivos Jurídicos e Financeiros de 2020, 83% das maiores companhias do país contam com uma área de compliance interno. Isso demonstra a crescente busca de implementação de práticas de governança corporativa alinhadas à ética e à legislação do país. A adoção de ferramentas para automatizar essas ações também está em ascensão, visando a conformidade regulatória e a mitigação de riscos. Paralelamente a isso, sabemos que ainda existem desafios que vão desde a integração de sistemas até a segurança cibernética.


Por que isso importa?

Uma governança corporativa robusta promove transparência, responsabilidade e sustentabilidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), empresas com boas práticas de governança tendem a ter melhor desempenho financeiro e maior atratividade para investidores. A adoção dessas práticas pode ser determinante inclusive para a sobrevivência e o crescimento das empresas.

Os processos de compliance, essenciais para garantir a conformidade regulatória e ética dentro das empresas, aliados à sensibilidade e à capacidade analítica humanas, estão se tornando cada vez mais cruciais para lidar com a complexidade e o volume de dados envolvidos. O monitoramento transacional como um dos processos, pode ser, em grande parte, automatizado para identificar padrões suspeitos e atividades fora do comum. Outros processos de prevenção são:

  • Prevenção a fraudes e lavagem de dinheiro: esses processos exigem acompanhamento permanente. O que pode ser facilitado por ferramentas que detectam transações suspeitas e comportamentos anômalos;
  • Relatórios periódicos: a geração de relatórios periódicos, especialmente aqueles exigidos por órgãos regulatórios como o Banco Central, podem garantir precisão e pontualidade.

Oportunidades e desafios

As ferramentas de IA estão sendo aplicadas para identificar e prevenir potenciais violações regulatórias, utilizando uma variedade de dados, como comportamento de aplicativos e movimentação geográfica. Além disso, modelos de IA e machine learning estão sendo desenvolvidos para aprimorar a identificação de comportamentos suspeitos e prevenir fraudes. 


Para quem esse assunto interessa?

O tema interessa a CEOs, conselheiros de administração, investidores e profissionais de compliance. Além disso, é relevante para acionistas e todas as partes interessadas que buscam garantir a longevidade e a ética nos negócios. Empregados também se beneficiam indiretamente, pois práticas de governança eficazes podem levar a um ambiente de trabalho mais justo e transparente.

Paralelamente a isso, implementar processos de compliance pode ser desafiador devido a uma série de fatores. Cultura organizacional, complexidade regulatória, integração de sistemas, garantia de qualidade de dados, treinamento e conscientização, e monitoramento eficaz são alguns dos desafios mais comuns. A superação desses desafios requer uma abordagem abrangente. Envolvendo investimentos em treinamento, tecnologia e cultura organizacional, visando garantir a conformidade e a proteção da reputação da empresa.

A automatização e a IA estão transformando os processos mais eficientes e eficazes na detecção e prevenção de fraudes e violações regulatórias.

Além disso, é fundamental considerar a necessidade de uma abordagem ética na implementação dessas tecnologias. As decisões automatizadas, embora eficientes, devem ser transparentes e passíveis de auditoria para evitar vieses e discriminações injustas. 

As empresas devem assegurar que os algoritmos de IA utilizados em processos de compliance estejam alinhados com os princípios éticos e regulatórios, promovendo um ambiente de confiança tanto para os funcionários quanto para os stakeholders. Dessa forma, a automatização dos processos de compliance não só melhora a eficiência operacional, mas também fortalece a integridade e a responsabilidade corporativa, essenciais para a sustentabilidade a longo prazo.

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Rafael Edelmann

Rafael Edelmann é diretor de Governança, Riscos e Compliance na OKTO para o Brasil. Bacharel, mestre e doutorando em direito pela USP, atua com foco na relação entre direito e crises econômicas.

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