Nova série da Marvel leva o direito para o universo dos super-heróis

Com ação e críticas sociais, Demolidor: Renascido traz um advogado que enfrenta injustiças tanto no tribunal quanto nas ruas de Nova York

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Artur Vilela

Um advogado durante o dia, um herói durante a noite. Esta é a base do roteiro de Demolidor: Renascido, que estreiou pela Marvel, na Disney+, no mês passado. A nova série traz um olhar diferente para as produções da empresa. A Marvel Studios, focada em trazer os super-heróis para as telonas, com uma abordagem fantasiosa e recheada de ação e aventura, optou agora por uma abordagem política, mais séria e realista, para apresentar seu herói ao público, utilizando o direito como elemento central para a trama. 

O programa conta a história de Matt Murdock, um advogado cego, que de noite se transforma no vigilante Demolidor, com impressionantes habilidades em artes marciais.

Ele luta contra o sistema para viver em uma sociedade mais justa. Quando o poderoso criminoso Wilson Fisk assume o cargo de prefeito de Nova Iorque, as coisas acabam ficando mais complexas para Matt.

Direito como personagem

O direito é um elemento central na trama, e isso fica claro desde o primeiro episódio. Logo de cara, a série busca equilibrar as temáticas do trabalho do protagonista e suas atividades como super-herói. Mas o foco permanece em suas atividades jurídicas, quando o protagonista defende diferentes clientes no tribunal – quase sempre personagens injustiçados –, em um formato de “caso da semana”, muito benéfico para a narrativa.

Além disso, Demolidor: Renascido aborda temas atuais, relevantes e intrigantes em sua jornada, trazendo tópicos como a corrupção policial e política, sistema quebrado, desigualdade social e violência de gangues de maneira impactante e efetiva. Traz questionamentos importantes, como a influência de uma sociedade desigual sobre a vida de quem acaba no crime. Afinal de contas, o que o leva a roubar ou a matar, e por quê? Com o tom sombrio e cru da série, o telespectador percebe um senso de injustiça e os efeitos nocivos da corrupção, que ajudam a trama a ser tão impactante. 

Luta pelo bem

O seriado também constroi personagens interessantes. Começando pelo protagonista, Matt. É intrigante perceber como se desenvolvem seus questionamentos sobre o que é o certo, e o que é errado, e como ele pode lutar, fisicamente e profissionalmente, para contribuir para a sua concepção de fazer o bem. Sua cegueira também ganha protagonismo, ao afetar sua vida profissional, sempre sob julgamento constante dos demais personagens. Outro que move a narrativa é o vilão Wilson Fisk, que se presta à discussão sobre o quanto política e burocracia influenciam nossa sociedade.

Daniel Blake, o assistente de Fisk, surge como um fiel escudeiro do prefeito, desmonstrando sua admiração pela figura. Deixando uma crítica claro sobre a bajulação e a adoração por figuras políticas. Além dele, o personagem Hector Ayala, em julgamento nos primeiros episódios, também traz uma crítica ao sistema. Nesse momento da trama, Hector presencia a morte de um policial e acaba sendo acusado de assassinato. Murdock faz sua defesa.

Por fim, preconceito, política, corrupção e o próprio execício da advocacia são parte da história. Dão sentido contemporâneo, sem perder a essência do estúdio, que coloca sua narrativa dinâmica, recheada de momentos de ação, para criar uma série impactante e divertida.

Artur Vilela

Estudante de publicidade e redator do Mais Que Direito

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