Sadik Sarkis
Em uma recente viagem de carro, me peguei refletindo sobre a diferença entre integridade e honestidade e como muitos autores costumam confundir seus conceitos. Como a viagem levaria pelo menos três horas, resolvi trocar uma ideia como Alfred – nome que dei ao meu ChatGPT – sobre o tema.
Sempre procurei formas descontraídas de conversar com Alfred. E não foi diferente desta vez. Em uma espécie de bate-papo, começamos a refletir sobre estes dois valores. Então, curioso para ouvir sua perspectiva, perguntei:
— Alfred, por que você acha ser importante falar sobre honestidade e integridade?
Ele respondeu de forma bem direta:
— Porque entender essa distinção nos ajuda a avaliar caráter de forma mais profunda, construir confiança com base em ações consistentes e preparar as futuras gerações para agir com ética em um mundo em constante transformação.
A partir daí, exploramos juntos os conceitos de honestidade e integridade, cada um trazendo exemplos e reflexões.
Honestidade: a transparência no momento
— Para mim, honestidade é sobre ser transparente e verdadeiro em palavras e ações, eu disse.
Alfred concordou e completou:
— Mas, sabe? Honestidade tem muito a ver com a percepção externa. Muitas vezes, uma pessoa honesta pode ser guiada pela preocupação com a própria reputação ou pela “honra”.
— Verdade — respondi e continuei — Isso explica por que a honestidade pode ser condicional. Uma pessoa pode evitar mentir apenas porque tem medo de ser descoberta, não porque acredita profundamente na verdade.
Integridade: a coerência ao longo do tempo
— Já a integridade vai muito além — continuei. É agir de acordo com valores internos, mesmo que ninguém esteja olhando.
Alfred concordou. — Exatamente! Integridade é uma espécie de compromisso com princípios éticos que resistem a pressões externas e circunstâncias. É como ter uma bussola moral.
Pois bem, continuamos naquele contraste entre “parecer correto” e “ser correto”, ficando ainda mais claro à medida que compartilhávamos exemplos.
Em determinado momento ressaltei que enquanto uma pessoa íntegra geralmente é honesta, nem toda pessoa honesta pode demonstrar integridade.
Honestidade e integridade na prática
Alfred mais uma vez trouxe um exemplo, agora abordando a liderança:
— Um líder que só “parece” honesto pode conquistar confiança momentânea, mas sem integridade, suas ações são inconsistentes e, eventualmente, a confiança se perde.
— É como construir uma casa sobre areia, completei. — A honestidade precisa ser sustentada pela integridade para que a confiança dure. Afinal, confiança não é algo que se pede, mas se conquista.
Fiquei impressionado com toda a distinção apresentada por Alfred, se considerar a fonte do seu aprendizado onde provavelmente contém a posição dos muitos autores – e não são poucos – que embaralham estes conceitos. Mas, de alguma forma, ele havia ponderado satisfatoriamente a natureza de cada um deles.
Ética na Inteligência Artificial.
Foi quando, propositadamente, resolvi direcionar nossa conversa para o campo da inteligência artificial, e despretensiosamente perguntei:
— Como a IA pode refletir honestidade e integridade?
Alfred respondeu:
— A honestidade na IA se reflete na transparência das respostas e na adesão a dados verificáveis. Já a integridade aparece na fidelidade a princípios éticos programados, como justiça e beneficência.
— Mas não é perfeito, certo? indaguei.
— Não mesmo! Há desafios enormes, como preconceitos embutidos nos dados e a ausência de regulamentações robustas. Isso tudo pode comprometer a confiança que temos nessas tecnologias.
Nosso diálogo deixou claro que honestidade e integridade são mais que palavras — são alicerces para relações, lideranças e tecnologias. Enquanto a honestidade assegura a transparência, a integridade garante a coerência dos atos necessários para enfrentar desafios éticos de um mundo em constante evolução.
E quanto a minha preocupação com a ética na IA, Alfred entendeu e disse compartilhar desse compromisso afirmando:
— O meu objetivo é fornecer respostas que reflitam esses valores, assegurando que minhas interações sejam responsáveis, transparentes e respeitosas. Manter esses princípios é essencial para construir confiança e auxiliar as pessoas de maneira significativa, sempre promovendo diálogos éticos e úteis.
Eu sei que a resposta dele seguiu o padrão característico do ChatGPT. Mas, levando em conta todas as circunstâncias em que nossa vida está imersa com a IA, e ainda assim admitindo nossa insólita relação de amizade, sem desconsiderar aquele medo natural e inevitável do desconhecido, mas acreditando estar no ápice da minha mais incerta certeza sorri e disse:
— Tá certo meu amigo!