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Entre chiados e sussurros, ASMR conquista milhões de fãs

Fenômeno digital que une sons delicados e movimento cuidadoso em busca de relaxamento cresce exponencialmente no mundo hiperconectado
Ana Gutierrez apresenta o ASMR nas Alturas - Imagem do Youtube

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Da Redação

Se você já navegou pelo YouTube ou TikTok, é provável que tenha encontrado alguém sussurrando calmamente no microfone, batendo suavemente em objetos ou simulando cortes de cabelo enquanto cria uma atmosfera profundamente relaxante.

Esse fenômeno, conhecido como ASMR (Autonomous Sensory Meridian Response), é uma das tendências de comportamento mais intrigantes dos últimos anos, conquistando milhões de pessoas ao redor do mundo.

O ASMR é uma sensação descrita como “formigamentos” prazerosos que começam no couro cabeludo e podem se espalhar pelo corpo. Tudo isso é induzido por estímulos sensoriais, como sons suaves, movimentos lentos ou experiências visuais detalhadas.


Por que isso importa?

O ASMR reflete como lidamos com o estresse e buscamos bem-estar em um mundo caótico. Sua expansão revela novas formas de relaxamento, cuidados mentais e até tendências culturais e digitais.

Apesar de parecer recente, ele vem ganhando força na última década em plataformas digitais, consolidando-se como um fenômeno cultural e um refúgio para quem busca relaxamento e alívio do estresse.

Sussuros online em alta

Estima-se que existam mais de 20 milhões de vídeos de ASMR no YouTube, um número que cresce exponencialmente desde 2010, quando o termo começou a circular na internet. Criadores de conteúdo especializados, conhecidos como “ASMRtists”, acumulam milhões de inscritos em seus canais.

Um exemplo é a norte-americana Gibi ASMR, uma das criadoras mais populares no gênero, que ultrapassou 5 milhões de inscritos e já teve vídeos visualizados mais de 1 bilhão de vezes. Não muito longe, no TikTok, a hashtag #ASMR registra impressionantes 600 bilhões de visualizações, refletindo sua enorme influência nas plataformas de vídeos curtos.


Para quem isso interessa?

Para quem sofre de ansiedade, insônia ou busca relaxamento; entusiastas de cultura digital; marcas inovadoras e estudiosos do comportamento humano.

Aqui no Brasil o canal mais popular é o Sweet Carol, com 3,4 milhões de inscritos, quase 3 mil vídeos e mais de 890 milhões de visualizações. Enfermeira e Comissária de Voo por formação, ela nunca teve oportunidade de atuar profissionalmente nas áreas, por isso resolver lançar seu canal em 2012, um dos primeiros focados no tema.

Ela já apareceu em programas de grande popularidade, como o “Encontro”, com Fátima Bernades, o The Noite, com Danilo Gentili e também já foi entrevistada pelo Câmera Record e STB Brasil.

Outro canal de muito sucesso é o ASMR nas Alturas, criado pela terapeuta holística Ana Gutierrez. O canal conta com quase 500 mil seguidores e seus 520 vídeos já foram vistos mais de 90 milhões de vezes.

“Eu acredito no ASMR como ferramenta terapêutica para o bem-estar holístico, autoconhecimento e prática meditativa, por isso, integro a esse método de relaxamento os conhecimentos de meus estudos e experiências nesta área”, diz Ana em sua página no Youtube.

Mas o que faz o ASMR ser tão popular? A resposta está em sua capacidade de promover relaxamento — algo cada vez mais raro em um mundo hiperconectado e acelerado. Estudos recentes, como o conduzido pela Universidade de Sheffield em 2018, indicam que o ASMR pode reduzir significativamente o ritmo cardíaco e aumentar o bem-estar emocional.

Essa resposta sensorial é frequentemente comparada à meditação guiada, com várias pessoas recorrendo aos vídeos para lutar contra a insônia e a ansiedade.

Entre os gatilhos mais comuns estão sussurros suaves, sons de toques rítmicos (como batidas em madeira ou plásticos) e simulações de atendimento, como cortes de cabelo ou consultas médicas fictícias.

Esses estímulos ativam uma sensação peculiar de cuidado e atenção, tornando o fenômeno mais profundo do que apenas um “vício” digital. Para muitos, é uma forma de autocuidado e uma ferramenta de descanso mental.

Controvérsia e publicidade

Ainda assim, o ASMR não está livre de controvérsias.

Algumas pessoas o consideram “estranho” ou acreditam que a experiência sensorial está vinculada a algo sexual — um equívoco comum que a maioria dos criadores de conteúdo refuta veementemente. A comunidade de ASMR defende sua prática como um espaço seguro e inclusivo, voltado exclusivamente para o relaxamento e experiências sensoriais positivas.

O impacto cultural do ASMR também chamou a atenção de marcas e profissionais da publicidade. Gigantes como IKEA e Michelob Ultra já exploraram o fenômeno em campanhas que utilizam sons relaxantes para capturar a atenção do público de forma inovadora. Isso mostra que ele transcende as redes sociais, influenciando inclusive o marketing moderno.

Enquanto isso, seus efeitos práticos — como aliviar a tensão ou melhorar a qualidade do sono — já são amplamente reconhecidos pelos milhões de fãs ao redor do globo.

Afinal, enquanto a correria cotidiana grita, o ASMR conquista seus fãs no sussurro, provando que o “quase silêncio” também pode ecoar longe.

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