Da Redação
A Aleve LegalTech Ventures completa quatro anos de atuação em 2025 com um portfólio avaliado em R$ 200 milhões. A holding reúne 13 startups voltadas ao setor jurídico e projeta alcançar 20 até o final do próximo ano.
Focada no investimento, desenvolvimento e operação de legaltechs, a Aleve vem superando as metas traçadas no início da operação. Em 2025, já começou a antecipar retornos financeiros para sua base de mais de cem investidores.
Fundada em março de 2021, a Aleve LegalTech Ventures S/A atua como Venture Builder no setor jurídico. A empresa adota um modelo distinto dos tradicionais Venture Capitals. Atua diretamente na estruturação, desenvolvimento e operação das startups do portfólio. Além disso, conecta essas empresas a investidores, ao mercado, a ecossistemas internacionais e a áreas como compliance, governança, jurídico estratégico e M&A.
Essa abordagem permite um acompanhamento contínuo, desde a fase inicial até a maturação dos negócios. Com isso, busca oferecer mais previsibilidade e estimular a participação ativa dos investidores em todas as etapas de crescimento.
“Começamos o quarto ano da holding atingindo um marco que era projetado para entre cinco a nove anos de operação”, declara Priscila Spadinger, CEO da Aleve LegalTech Ventures e investidora anjo. Segundo ela, em 2025, os investidores começarão a colher os frutos dos aportes antes mesmo do previsto.
O portfólio da Aleve já inclui soluções que utilizam inteligência artificial, blockchain, automação e análise preditiva aplicadas ao direito.
Crescimento
O cenário das legaltechs no Brasil segue em franca expansão. Segundo a AB2L, o número de startups jurídicas saltou de 20, em 2017, para 623 em 2022 — revelando o enorme potencial de transformação digital no setor. Uma pesquisa com 519 advogados realizada no mesmo ano mostrou que 71,9% ainda não utilizavam soluções legaltech, reforçando o espaço de crescimento.
O modelo de venture building também ganha força em escala global. De acordo com o Global Startup Ecosystem Report 2023, da Startup Genome, já existem mais de 150 mil startups ativas no mundo. Nesse cenário, as venture builders demonstram de três a cinco vezes mais eficiência na criação de empresas bem-sucedidas, quando comparadas a modelos tradicionais de investimento.
O mesmo relatório aponta outro dado relevante. Startups apoiadas por venture builders têm 30% mais chances de alcançar o product-market fit em menos de dois anos. Esse desempenho é ainda mais evidente em nichos com alta complexidade técnica e regulatória — como o setor jurídico.
“A evolução da inteligência artificial e o acesso mais democrático à tecnologia têm facilitado a adesão dos profissionais jurídicos às inovações. O crescimento das startups cocriadas pela Aleve reflete esse novo momento do setor”, afirma Priscila.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais advogados registrados, o que representa um mercado jurídico robusto e descentralizado. E o modelo de acesso unificado a dados públicos em todo o território nacional torna o país ainda mais atraente para investidores estrangeiros.
“Aqui, um advogado pode consultar processos de qualquer tribunal sem precisar de registros estaduais ou locais adicionais, como acontece nos EUA”, diz a advogada. Para ela, isso torna o mercado brasileiro mais integrado, eficiente e pronto para inovação. “Um atrativo enorme para fundos internacionais que enxergam na Aleve um ponto de entrada estratégico”, declara a CEO.