Meios alternativos: uma nova era na resolução de disputas

Métodos como mediação e arbitragem ganham destaque como soluções rápidas, econômicas e eficazes, transformando a prática jurídica e desafiando o sistema judicial tradicional
Meios alternativos como arbitragem e mediação crescem no Brasil - Freepik

COMPARTILHE

Marcia Raicher

O Brasil tem registrado um crescimento significativo no uso dos meios alternativos de solução de conflitos (MASC), como a mediação e a arbitragem. Esses métodos oferecem soluções mais rápidas e econômicas do que a Justiça tradicional. No entanto, parte da classe jurídica ainda resiste em recomendá-los aos clientes. Em muitos casos, o receio de perder protagonismo na condução dos processos alimenta essa resistência.


Por que isso importa?

A adoção de meios alternativos de solução de conflitos (MASC) no Brasil oferece uma resposta mais rápida e econômica aos problemas judiciais, além de contribuir para um sistema mais ágil e eficiente. Com isso, busca-se diminuir a sobrecarga do sistema judiciário, beneficiando a sociedade como um todo.

Muitos advogados se sentem ameaçados pela ausência de uma exigência legal que determine sua presença nas sessões de mediação e arbitragem. Esse fator faz com que alguns temam perder espaço na relação com os clientes ou reduzir sua relevância no processo. Entretanto, ao ignorarem as vantagens desses métodos — como agilidade, confidencialidade e soluções mais criativas —, esses profissionais acabam desperdiçando uma oportunidade de evolução. Além disso, afastam-se de práticas que podem valorizar ainda mais sua atuação.


Para quem esse assunto interessa?

Este tema interessa a advogados, juízes, mediadores, árbitros e demais profissionais do Direito. Além disso, é relevante para empresas, clientes e cidadãos que buscam soluções mais rápidas, eficazes e econômicas para resolver disputas, sem recorrer aos processos judiciais tradicionais.

Ferramentas complementares

É fundamental compreender que os meios alternativos não substituem o sistema judicial tradicional nem excluem a atuação dos advogados. Pelo contrário, eles atuam como ferramentas complementares que enriquecem os serviços prestados. Muitas câmaras de mediação e arbitragem valorizam a presença dos advogados nesses processos, seja por exigência ou recomendação. Os profissionais do direito asseguram o respeito aos interesses das partes e fundamentam adequadamente as decisões, aplicando sua expertise jurídica.

Mudar essa percepção é essencial para que os advogados se adaptem ao novo cenário. Eles precisam enxergar a mediação e a arbitragem não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de ampliar e transformar seu papel. Nesse contexto, deixam de se limitar aos litígios judiciais. Passam a atuar como consultores estratégicos, orientando os clientes sobre as melhores decisões e garantindo a preservação de seus direitos. Além disso, expandem o escopo do trabalho jurídico, oferecendo um serviço mais eficiente e alinhado às necessidades atuais.

Superar esse receio exige que os advogados se familiarizem mais com os métodos alternativos. Também é fundamental compreender que a adoção dessas práticas não reduz o espaço da advocacia. Pelo contrário, impulsiona uma evolução necessária. Os meios alternativos de solução de conflitos oferecem uma chance de crescimento, e não uma ameaça. Cabe aos profissionais do Direito acompanhar essa transformação. Só assim poderão manter o compromisso com a justiça e com o bem-estar de seus clientes.

Marcia Raicher

Márcia Raicher é graduada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Marcia Raicher possui Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior. Atuou como docente em diversas universidades como professora titular, é ex- Conselheira Relatora Presidente da 1ª Câmara de Julgamentos do V Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP e Juíza Instrutora no XXIII Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. É também advogada responsável pela Raicher Advocacia e gestora do site de leilões judiciais e extrajudiciais homologado no Tribunal de Justiça de São Paulo. Presidente Executiva da Câmara Arbitral Latino Americana (CALA) desde 2001, Raicher é autora do Livro Curso Didático de Direito Comercial e palestrante sobre temas de direito do trabalho e meios alternativos de soluções de conflito.

Autores

COMPARTILHE

Leia também

Receba nossa Newsletter

Negócios, Compliance, Carreira, Legislação. Inscreva-se e receba nosso boletim semanal.

TAGS

NOSSAS REDES

Nosso site utiliza Cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação e mostrar anúncios personalizados, conforme nossa Política de Privacidade.

Exit mobile version