Renan Salinas
O setor jurídico tradicionalmente dependia de procedimentos manuais e repetitivos, com uma vasta quantidade de documentos físicos e um alto grau de burocracia. Advogados passavam horas revisando pilhas de papéis, digitando informações em formulários e lidando com prazos apertados, frequentemente sujeitos a erros humanos. A comunicação com clientes era lenta e a resolução de casos muitas vezes se arrastava por longos períodos. Com a chegada da tecnologia, essa realidade mudou drasticamente.
Hoje, a automação de processos permite a execução rápida e precisa de tarefas repetitivas, enquanto a inteligência artificial analisa grandes volumes de dados e prevê resultados de casos.
Além disso, a blockchain assegura transações e documentos de forma transparente e segura, revolucionando a forma como os dados são gerenciados e compartilhados. Plataformas de gestão centralizam e agilizam a administração de processos, proporcionando operações mais eficientes, econômicas e menos propensas a erros, melhorando significativamente a experiência dos clientes e a produtividade dos profissionais jurídicos.
Inteligência
Nesse contexto, contratos inteligentes (smart contracts) baseados em blockchain executam automaticamente os termos de acordo quando determinadas condições são atendidas, reduzindo a necessidade de intervenção manual. Paralelamente, as plataformas de gestão de processos jurídicos (LPM) permitem a gestão centralizada de casos desde o início até a resolução, oferecendo ferramentas para acompanhamento de prazos, comunicação com clientes, gerenciamento de documentos e análise de desempenho. Isso integra as diversas etapas do processo jurídico, garantindo maior coesão e eficiência.
A automação de processos reduz o tempo gasto em tarefas repetitivas e manuais, aumentando a produtividade dos profissionais jurídicos.
Isso permite que os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos internos lidem com um maior volume de trabalho sem a necessidade de expandir a equipe. Processos automatizados são menos propensos a erros humanos, como entrada incorreta de dados ou perda de prazos, aumentando a precisão e a confiabilidade das operações jurídicas. Essa eficiência operacional se traduz em uma experiência mais satisfatória para os clientes, que recebem respostas e soluções jurídicas de forma mais ágil.
Economia
Ao diminuir a dependência de trabalho manual, a automação de processos pode resultar em economias significativas de custos. Recursos financeiros podem ser redirecionados para áreas estratégicas, como a inovação e o desenvolvimento de novos serviços. Com processos mais eficientes e rápidos, os clientes recebem respostas e soluções mais ágeis para suas necessidades jurídicas, aumentando a satisfação e a fidelidade dos mesmos. No entanto, a adoção da automação no setor jurídico enfrenta alguns desafios.
Muitos profissionais são avessos à mudança, especialmente no que diz respeito à tecnologia, e a transição para processos automatizados requer uma mudança cultural e a disposição para aprender novas ferramentas.
A gestão de informações sensíveis e confidenciais é uma preocupação constante, sendo crucial garantir a segurança dos dados em sistemas automatizados para evitar vazamentos e violações de privacidade. Além disso, implementar tecnologias de automação pode exigir um investimento inicial significativo, embora os benefícios a longo prazo geralmente superem os custos iniciais, proporcionando um retorno substancial sobre o investimento.
Portanto, a adoção da automação requer uma abordagem cuidadosa, considerando os desafios e as melhores práticas para garantir uma transição suave e bem-sucedida. Com a automação, o setor jurídico está bem posicionado para enfrentar os desafios do futuro e continuar a evoluir em um ambiente cada vez mais digital e dinâmico. Essa transformação não apenas redefine as operações internas dos escritórios de advocacia, mas também estabelece novos padrões de eficiência e inovação no setor jurídico como um todo.