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Inovação não é ciência de foguete. Aprenda a dar o primeiro passo

Cultura de inovação começa com a capacidade de fazer perguntas poderosas, diz CEO da Innoway
Daniel Alves, CEO da Innoway
Daniel Alves, CEO da Innoway (Arquivo pessoal)

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Por Ana Busch

Organizações com mais poder de inovação apresentam vantagens significativas em comparação às demais. Elas demonstram mais de 67% de competitividade, 45% de poder de inovação e 43% de criatividade. Isso tudo entre outros benefícios. Mas, embora o ser humano seja criativo por natureza, inovar no ambiente corporativo precisa de um impulso.

“A cultura e seus pilares representam os maiores obstáculos para que quaisquer organizações sejam inovadoras, competitivas, longevas e com capacidade de transformação”, afirma Daniel Alves, CEO da Innoway, uma plataforma de inteligência de dados para a aceleração da cultura de inovação em organizações.

Revolução

Segundo ele, a simples desmistificação do que é inovação já é um passo simples e revolucionário para uma transformação real. Fundada em 2020, em Florianópolis (SC), a Innoway já participou de mais de 170 projetos de inovação – incluindo mapeamento, mentoria, imersão e capacitação – para clientes como Eletronorte, ArcelorMittal, Randon, Todeschini, Alvarez&Marsal, Digitro, Colgate Brasil e Sodexo. No último ano, cresceu 100% em relação a 2021. Para 2023, a expectativa é chegar a 300%.

Em entrevista ao +QD, Daniel fala sobre como impulsionar a inovação dentro das empresas.

+QD: Quais são os grandes obstáculos para a inovação dentro das empresas?

Daniel Alves: A cultura e seus pilares representam os maiores obstáculos para que quaisquer organizações sejam inovadoras, competitivas, longevas e com capacidade de transformação. Neste contexto e com base nos dados exclusivos da nossa base com mais de 200 empresas e mais de 10 mil respondentes, identificamos os quatro principais obstáculos para as organizações brasileiras:

93%  possuem uma governança de inovação básica ou intermediária

61% das organizações estão voltadas para excelência em detrimento da exploração criativa de novas oportunidades de negócios;

47% dos colaboradores afirmam que falta incentivo e atenção da liderança para trazer  novas ideias; 

100% apresentam uma capacidade de aprendizado intermediária.  

+QD: Como é possível impulsionar a inovação de forma simples, mesmo onde essa cultura ainda não está enraizada?

Daniel Alves: A simples desmistificação ou definição clara do que é inovação é um passo simples e revolucionário por si só. Primeiramente, é importante lembrar que todos somos criativos e inovadores. Essa é a natureza do homo sapiens. O volume de trabalho, os padrões de comportamento muito estritos, a exigência exacerbada por acertar sempre vão apagando a nossa capacidade de inovar.

A criação ou a recuperação de uma cultura inovadora começa nas lideranças. Elas precisam criar um ambiente de segurança emocional que permita o domínio teórico e prático das pessoas que estão no dia a dia da organização para a inovação. 

Assim, desafiam a dependência e o conforto do status quo, reconhecendo que inovação nem sempre é ciência de foguete, mas, sim, melhorar a vida do cliente, dos colaboradores e da sociedade de forma consistente e de diversas maneiras.  

+QD: A Innoway trabalha com uma metodologia própria. Como funciona? Como vocês colocam a máquina da inovação para rodar?

Daniel Alves: A Innoway é uma empresa pioneira na aceleração da cultura de inovação. É um trabalho com foco em desenvolver o potencial inovador das pessoas por meio de uma abordagem estratégica e educacional para a inovação.

O Innoway 3.0 gera planos de aceleração da cultura de inovação por meio de um mapeamento 100% digital com líderes e colaboradores. Nosso sistema realiza cerca de 30.000 correlações de mais de 80 temas relacionados a nossa tese comprovada de cultura de inovação.

O plano define ações e prioridades em termos de mentalidade, estratégias e ferramentas de inovação como governança avançada, roadmap de ESG claro, tecnologias exponenciais e projetos sofisticados de inovação aberta.

+QD: Esse método se aplica a todo tipo de negócio? 

Daniel Alves: Sim, nossa metodologia é agnóstica e gera uma aprendizagem abrangente e alta aplicabilidade. Aqui tratamos inovação no sentido mais amplo, indo de produtos a serviços, passando por tecnologias, comunicação, processos etc. Temos mais de 30 anos de experiência dos nossos fundadores que conduziram projetos de inovação com 40 empresas em mais de 26 países, lançaram mais de cem produtos e fundaram cinco startups. Também é inspirada e originada do trabalho dos principais especialistas globais em inovação.

+QD: Como a inovação pode ser implantada em empresas voltadas para serviço, como consultorias, escritórios de advocacia e outros?

Daniel Alves: Uma das principais formas de inovar em empresas de consultorias e advocacia, onde a assimetria de conhecimento é primordial para gerar negócios, é criar uma inteligência coletiva em que dados se tornem ativos de alto valor.

Estamos falando na verdade de uma cultura de dados em que as diversas áreas de uma organização compartilham informações em tempo real para resolver desafios reais de seus clientes.

Essa transformação começa com a capacidade das pessoas de fazer perguntas poderosas para guiar suas ações e estratégias com base em dados. Até criar modelos preditivos e prescritivos que levem a uma inteligência artificial proprietária e de alta aplicabilidade.  Por isso trata-se de uma aceleração cultural voltada à inovação.

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Ana Busch

Ana Busch é jornalista, com mais de 30 anos de experiência em Redações e sócia do +QD. Em 1999, fundou a Folha Online, que dirigiu até a integração com a Redação do jornal impresso. Também foi Diretora de Redação da Bússola, na Exame. Fundou e dirige a TAMB Conteúdo Estratégico.

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