Com foco na descarbonização, juventude dos BRICS aposta em reatores nucleares modulares

Em visita à Rússia, Lula classificou os pequenos reatores nucleares como uma “novidade extraordinária” para garantir energia limpa e estável no Brasil
Sessão da Plataforma Nuclear dos BRICS reúne jovens especialistas e representantes cinco países membros para discutir cooperação energética e inovação tecnológica

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Os Reatores Modulares Pequenos (SMRs, na sigla em inglês) ganharam destaque como solução estratégica para a descarbonização da indústria e o acesso universal à energia durante a sessão especial da Plataforma Nuclear dos BRICS, realizada ontem na VII Cúpula de Energia Jovem dos BRICS, no Palácio da Justiça. O encontro reuniu jovens especialistas, representantes da indústria e autoridades de países-membros para discutir os caminhos técnicos, regulatórios e financeiros para o avanço dessa tecnologia emergente.

Com capacidade de até 300 megawatts, os SMRs são uma alternativa limpa e segura para substituir gradualmente os combustíveis fósseis, especialmente em setores industriais de alta emissão e em regiões remotas com infraestrutura limitada.

As discussões também abordaram temas como segurança nuclear, gestão de resíduos radioativos, desenvolvimento de mão de obra especializada, e a importância de conquistar a confiança pública.

A sessão contou com a presença da head da Plataforma Nuclear dos BRICS, Elsie Pule, do vice-diretor de marketing da Rosatom International Network, Ilya Platonov, além de representantes da Eletronuclear e do grupo de Jovens Especialistas em Energia Nuclear dos BRICS.

SMR no Brasil

Os SMRs também foram tema de destaque durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia, em junho de 2025. Em encontro com o presidente Vladimir Putin, Lula classificou como “uma novidade extraordinária” a possibilidade de cooperação com a Rosatom na implantação de pequenas usinas nucleares no Brasil, ressaltando que a tecnologia pode garantir um fornecimento estável de energia “para todo o sempre”, sobretudo frente à intermitência das fontes renováveis.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também esteve na Rússia, afirmou que o governo brasileiro pretende avançar rapidamente na celebração de uma parceria com a Rosatom, destacando o papel estratégico dos SMRs na substituição de térmicas a óleo em regiões como o Amazonas e na “descarbonização progressiva da economia”.

Relatório

Entre os principais anúncios, está a elaboração de um estudo inédito sobre as perspectivas de desenvolvimento dos SMRs, que integrará o BRICS Youth Energy Outlook 2025, relatório internacional elaborado por jovens especialistas do bloco. A Plataforma Nuclear dos BRICS será a parceira institucional da iniciativa.

“A plataforma nuclear dos BRICS funciona como um mecanismo institucional vital para transformar nossos objetivos comuns em resultados práticos”, afirmou Milena Megré, pesquisadora, ex-coordenadora do T20 no G20 Brasil e conselheira municipal de juventude em Belo Horizonte. Segundo ela, o sucesso da iniciativa depende do comprometimento de agências nacionais, organizações técnicas e líderes da indústria, como a Rosatom, no avanço conjunto de projetos colaborativos.

Juventude na liderança

Organizada pelo Ministério de Minas e Energia do Brasil, pela Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República e pela YEA BRICS, a VII BRICS Youth Energy Summit aconteceu nos dias 9 e 10 de junho, reunindo mais de 120 participantes – entre eles, 50 jovens especialistas e formuladores de políticas públicas energéticas dos países do bloco.

A programação foi estruturada em torno de quatro eixos prioritários: combustíveis sustentáveis, financiamento da transição energética, acesso à energia e combate à pobreza energética, e sistemas de baixo carbono. Além das sessões técnicas, os delegados participaram de visitas ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto.

Criada para fortalecer a cooperação entre empresas e governos na promoção da energia nuclear como fonte limpa e confiável, a Plataforma Nuclear dos BRICS tem promovido encontros estratégicos em fóruns internacionais e reúne representantes de países como Rússia, China, África do Sul, Irã, Brasil, Bolívia, Etiópia e Egito. Em 2024, uma declaração de apoio à criação da plataforma foi assinada por nove instituições desses países.

Da Redação

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