Cristiano Zanetta
Em um mundo interconectado e permeado por uma consciência social crescente, a importância da responsabilidade social torna-se cada vez mais evidente. Esse compromisso também adquire um valor inestimável no contexto jurídico, pois impulsiona diretamente a busca por uma justiça equitativa e contribui para a construção de um mundo mais justo.
Essa obrigação ética que o direito tem com a sociedade deve se fundamentar na empatia. Por isso, é uma responsabilidade moral para indivíduos, empresas e entidades jurídicas adotar práticas que promovam a justiça social e que garantam a transparência e igualdade de acesso à justiça.
Dessa maneira, contribuímos para o fortalecimento do tecido social e temos oportunidade de inspirar os profissionais do direito a se envolverem ativamente nessa transformação coletiva, garantindo e protegendo os direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua origem, raça, religião, gênero ou orientação sexual.
Isso envolve respeitar os direitos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade perante a lei, à liberdade de expressão, à educação e à saúde. Além de garantir que as leis e as instituições jurídicas promovam a igualdade e a justiça para todos os membros da sociedade, evitando discriminação, abusos de poder e violações dos direitos humanos.
É importante destacar também a relevância da colaboração entre os setores público e privado para fortalecer essa responsabilidade no contexto jurídico. A sinergia entre organizações governamentais, empresas e instituições da sociedade civil também pode ampliar consideravelmente o impacto das iniciativas voltadas para a justiça social e a inclusão.
Caráter, conduta e ego
Por mais de 15 anos, me dediquei ativamente às ações sociais com pacientes oncológicos, buscando fortalecê-los emocionalmente. Durante esse período, identifiquei três palavras-chave que sempre surgem no meu trabalho: caráter, conduta e ego.
Dentro do contexto em que trabalho, é essencial gerenciar continuamente essas características ao interagir com o paciente. Essa prática nos guia de maneira mais consciente e coesa em nossas ações durante situações desafiadoras, resultando em um suporte mais efetivo e no progresso tanto do paciente quanto das pessoas envolvidas.
No contexto jurídico, esses princípios continuam a ter uma relevância valiosa. O caráter é a base sobre a qual construímos nossa identidade, e pode facilmente ser um instrumento contra injustiça. Nossa conduta deve sempre espelhar os mais altos padrões éticos, pois é através dela que respeitamos e fazemos prevalecer o que é certo.
Quanto ao ego, embora possa parecer ser uma força motivadora, é importante mantê-lo sob controle. Um ego inflado pode distorcer nossa percepção da verdade e, consequentemente, afetar nossa capacidade de discernir a justiça de forma clara e imparcial.
Manter uma boa harmonia dessa trindade faz prevalecer o que é mais justo e coeso para nossa sociedade, tanto nas interações sociais como no sistema jurídico.