Da Redação
Desde 2018, a contratação de profissionais de operações legais aumentou em 76% em departamentos jurídicos, segundo a consultora Gartner. De acordo com a FGV Direito SP, 61% das habilidades exigidas para a advocacia são conhecimentos extrajurídicos: gestão de negócio, habilidades socioemocionais e conhecimento tecnológico são buscadas por gestores e contratantes.
Pensando nesse novo universo, que exige profissionais multidisciplinares, a Finch lança o e-book gratuito “Operações Legais: o jurídico é oportunidade de negócio”, para abordar os desdobramentos e os impactos do assunto no Brasil.
A implementação de operações legais (legal operations ou legal ops) tem sido considerada fundamental para potencializar as rotinas e demandas do universo jurídico, em que as atividades jurídicas não são um custo necessário para as empresas, mas oportunidades de negócio – com possibilidade de potencializar os resultados financeiros, sociais e culturais.
Sobrecarga
No entanto, é preciso entender como implementar e aprimorar essas práticas em cenários com sobrecarga de processos, como ocorre no Brasil, onde somente em 2022, foram mais de 100 milhões de ações em tramitação, correspondendo a cerca de 6 mil processos para cada juiz atuante no judiciário, segundo o Conselho Nacional de Justiça.
“É preciso gerir com eficiência. Revisar a forma como o operacional é estabelecido. Com o avanço das tecnologias, o setor jurídico precisa de investimento em gestão. Ao delegar a softwares as rotinas de operação, somados a um modelo de gestão eficiente, a atividade intelectual dos advogados é priorizada e valorizada. O advogado se torna agente protagonista com a tecnologia”, afirma Renato Mandaliti, CEO da Finch.
Pilares
O livro destaca a importância fundamental de três pilares nas operações legais: pessoas, processos e tecnologias.
Para as pessoas, a ênfase recai na qualificação e na adequação dos profissionais para cada função, incentivando habilidades especializadas, comunicação aberta, diversidade e trabalho em equipe. Investir em um time diverso e motivado, capaz de lidar com desafios, é crucial para o sucesso.
No que diz respeito aos processos, a definição de uma estratégia e a sua estruturação é fundamental, com perguntas-chave para guiar o desenvolvimento de operações eficientes. Os processos devem ser claros, apoiados por recursos adequados, oferecendo métricas de desempenho e padronização para garantir eficiência, sem depender de indivíduos específicos. É enfatizado que os processos são suscetíveis a mudanças e devem se adaptar conforme os objetivos e estratégias evoluem.
Quanto às tecnologias, elas desempenham um papel de suporte para otimizar operações e o tempo dos colaboradores, incluindo automação de processos, suporte ao desenvolvimento organizacional e análise de dados para o planejamento estratégico.
“As operações legais não existem sem estratégia e processo. Dependem da combinação eficiente entre pessoas qualificadas, processos bem estruturados e o suporte tecnológico adequado”, afirma Emilia Cappi, diretora de Novos Negócios, Arquitetura de Soluções e Marketing e Comunicação da Finch.
Cases
O trabalho ainda inclui casos de sucesso como o de um escritório de advocacia, com mais de 150 advogados, que enfrentava desafios na eficiência operacional. A equipe da Finch identificou gargalos na operação, como processos indefinidos, alocação indefinida de tarefas e desafios entre os setores de Controladoria e Operações Legais. A consultoria propôs um novo processo de trabalho, resultando em um plano de ação de 90 dias para corrigir desperdícios, estruturar o trabalho e aprimorar indicadores.
Outro estudo apresentado foi o do departamento jurídico de um banco digital, onde a equipe da Finch identificou repetições de impedimentos não registrados no sistema, criou funcionalidades para registrar falhas e estabelecer datas e prazos, e habilitou um novo fluxo de trabalho na carteira trabalhista, eliminando os entraves do fluxo operacional. O diferencial foi a adaptação do X-Gracco, sistema de gestão de processos da Finch, aos melhores usos das ferramentas e sua personalização para o departamento.
Inteligência artificial
Ao final, a obra aborda o avanço da inteligência artificial que revolucionou o campo jurídico, permitindo aos profissionais do direito o acesso às diversas tecnologias jurídicas. As aplicações da IA nesse contexto abrangem a gestão eficiente de documentos, análises preditivas para identificar oportunidades e riscos, automação de tarefas repetitivas.